A terapêutica com LLLT (laser de baixa intensidade) usa métodos físicos, não farmacológicos, para reduzir estados inflamatórios nos tecidos e para obter efeito analgésico. A aplicação deste tipo de luz na pele não causa calor, dor ou qualquer outro efeito secundário. A teoria é que o LLLT tem um efeito bio estimulador que pode ser útil em diversas situações desde artrose, dor crónica, tendinites, feridas crónicas, processos degenerativos de neurónios, tiroidite e outras patologias inflamatórias.
O mecanismo principal ocorre ao nível das mitocôndrias através de um efeito fotoquímico algo parecido como o que ocorre nas plantas com a fotosíntese.
Se fizermos uma analogia da célula com uma indústria, o núcleo da célula funciona como a administração, o aparelho de Golgi como o departamento de processamento, distribuição e armazenamento e a mitocôndria como produtora de energia. É na mitocôndria que a célula produz, num ciclo fechado, o ATP (a principal fonte de energia). Estes organelos são essenciais ao bom funcionamento da célula.
As reacções estimuladas pela aplicação da luz, levam a uma cascata de efeitos dentro da célula que ajudam o processo de regeneração dos tecidos e a regulação da resposta do sistema imune. Quando a função da mitocôndria recomeça, o metabolismo da célula equilibra-se e há melhoria dos sintomas.
A fotobiomodulação (PBMT) , mais conhecida como tratamento com baixa intensidade de laser (LLLT) utiliza dois tipos diferentes de luz que actuam em sinergia.
Ao contrario da luz solar que tem vários comprimentos de onda não coerentes, a luz laser é monocromática e coerente. Daqui resulta que a luz LASER seja um foco direccional enquanto que as outras fontes de luz sejam difusas.
Os aparelhos actuais usam a luz laser, monocromática e coerente, com um comprimento de onda vermelho ou infravermelho (~600nm -1000nm) em conjugação com a luz LED (light emitting diode - um pequeno chip, dentro duma resina semelhante a vidro, que emite luz terapêutica) monocromática mas não coerente.
A penetração em profundidade do laser depende de vários factores. Em geral, quanto maior o comprimento de onda maior é a penetração. Embora diferentes componentes fisiológicos absorvam a luz de modo diferente, existe uma janela ideal de absorção para os comprimentos de onda entre 700nm a 850nm (nanometros).
Para calcular a dose dos tratamentos há que ter em conta a potência do foco de laser expressa em Watts, a área do foco do laser em cm2 e o tempo de aplicação em segundos.
O LED, monocromático e não coerente, é de menor potencia, tem um foco de maior diâmetro e menor intensidade e é, por isso, mais usado para tratamentos superficiais.
O LASER infravermelho, monocromático e coerente, tem tipicamente maior intensidade, um foco mais preciso e é usado para tratamentos mais profundos.
O efeito do laser depende da aplicação nos tecidos de um feixe de luz de comprimento de onda e intensidade específicas, durante períodos de 30 a 60 segundos, de modo contínuo ou por impulsos. A aplicação por impulsos ajuda o processo de cicatrização dos tecidos e tem um efeito anti-inflamatório e a aplicação contínua tem efeito analgésico.
Esta terapêutica só é eficaz quando a luz tem um comprimento de onda e intensidade correctas . Para isso, os aparelhos têm que ser de alta qualidade e devem ter um certificado de calibração.
Desde há muitos anos que os fisioterapeutas e terapeutas manuais têm usado o laser de baixa intensidade para acelerar o processo de cura dos tecidos (pele, músculo, tendões, ossos e nervos).
O interesse na aplicação para fins médicos é mais recente. Têm sido publicados artigos de investigação na área da Neurologia, Endocrinologia, Reumatologia, Analgesia, Oncologia, Oftalmologia não cirúrgica e na Cardiologia.
Actualmente é uma área de investigação muito activa com inúmeros protocolos para diversas patologias do foro médico.
O que me despertou a atenção, e tenho acompanhado com interesse, são artigos e novos protocolos sobre o uso do LLLt em situações médicas como a tiroidite, regeneração dos neurónios, degenerescência macular relacionada com a idade, úlcera crónica, processos inflamatórios da pele e do couro cabeludo, entre outras.
Os tratamentos com LLLT vão por agora estar disponíveis na Clínica do Rosário onde trabalharei em equipa com Jody Jakob, Osteopatia (http://www.osteopatia-cascais.com/en/) e a Dra. Vanda Oliveira especialista em doenças da pele e couro cabeludo.
Habitualmente recomenda-se um número mínimo, e frequência, de sessões para diferentes patologias.
Para mais informações por favor ligar para 214826860
Talvez começar pela palavra LASER que é um acrónimo para “Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation" ou seja “Amplificação da luz por emissão estimulada de radiação”.
Em 1990, Max Plank, num dos seus mais importantes trabalhos estabeleceu a relação entre energia e frequência da radiação. Plank compreendeu que a energia só poderia ser emitida ou absorvida por partículas a que ele chamou “quanta” às quais hoje damos o nome de fotões.
Albert Eisntein, inspirado por Max Plank, descreveu em 1917 o conceito de “emissão estimulada” que um dia veio a ser um pilar do desenvolvimento do laser. Einstein explicou teoricamente que os electrões, para alem de absorverem ou emitirem luz espontaneamente, podiam ser estimulados a emitir luz dum determinado comprimento de onda.
Entretanto, passaram 50 anos até que os cientistas conseguissem amplificar estas emissões comprovando as teorias de Einstein.
Em 1960 Ted Maiman, inventou, construiu e patenteou o primeiro laser. Foi no Columbia Presbyterian Medical Center que se fez o primeiro tratamento por laser em oftalmologia.
No final dos anos 60 havia o receio de que a energia laser pudesse ter efeitos degenerativos.
No decurso de experiências para estudar estes possíveis efeitos o Prof. Endré Mester, da Universidade de Budapeste, constatou que o laser fazia crescer cabelo, melhorava a cicatrização de feridas pós cirúrgicas e reduzia a inflamação. Foram estas experiências que ajudaram a compreender o efeito bioactivo da luz laser e a sua aplicação para fins médicos.
Nos anos 70, muitos clínicos, inspirados pelos resultados de Mester no tratamento de úlceras crónicas de estase, começaram a usar luz laser para fins médicos para além do uso cirúrgico. Nessa altura, a utilização clínica do laser espalhou-se por França, Rússia, Japão, Coreia e outros países Asiáticos.
A cirurgia ocular por laser foi aprovada em 1998 pela Food and Drug Administration (FDA) , e o uso de laser de baixa intensidade ou LLLT também já foi aprovado pelo mesmo organismo há 15 anos.
Classe1/1M: de potência muito baixa < 1 mW. São inerentemente seguros. São usados para ler códigos de barras.
Classe 2/2M: também de potência baixa < 1 mW, emitem um feixe de luz visível e são usados para ponteiros.
Classe 3R: lasers de baixa potência < 5 mW, que emitem luz visível.
Classe 3b: lasers que vão desde < 5 mW a < 500 mW, e alguns lasers que emitem luz infravermelha abaixo de 5mW. Estes são usados para o LLLT também denominado de fotobiomoduação (photobiomodulation PBMT).
Classe 4: lasers com potências acima de 500mW. São os lasers cirúrgicos.
LEDS: light emitting diodes