Medicina InternaNutriçãoDoenças AutoimunesMicrobiomaIntolerâncias AlimentaresStressMindfulness
Einstein já dizia que os nossos olhos é que nos dão a ilusão de sermos separados dos outros e do que nos rodeia. Ele tinha razão! Nós estamos interligados através da física, da química, da biologia e da comunicação. Nesta realidade interconectada o sistema imune tem por responsabilidade defender-nos do que possa causar doença, produzindo anticorpos, tal como soldados, prontos a defender-nos. Um pouco como numa guerra, onde há sempre estragos colaterais, também desta defesa se criam estados de inflamação.
Mas porque é que os anticorpos atacam aquelas membranas dos nervos? O problema é que nessas membranas há moléculas iguaizinhas a algumas das ameaças que nos vêm do exterior. O sistema imune engana-se, ataca as membranas e causa uma inflamação. Assim, à volta do nervo fica “vermelho e quente” como numa picada de insecto ou na pele queimada pelo sol. E se neste caso, todos temos o bom senso de acalmar a reacção, pondo gelo e protegendo do sol, o que poderemos fazer para acalmar a inflamação dos nervos para além dos medicamentos?
O nosso corpo, em constante remodelação, necessita de constituintes que vai buscar à alimentação. Não é indiferente comer pão ou peixe ou um bolo ou uma bolacha ou uma fruta. Não é indiferente comer legumes ou batatas. Todos causam reacções físicas e químicas totalmente distintas. Uns alimentos são ácidos, outros não, uns precisam de muita insulina, outros não, uns dão-nos minerais outros vitaminas, outros ainda proteínas estruturais.
Para além disso, os alimentos influenciam o crescimento de diferentes populações de bactérias na pele, nas vias respiratórias, na região genital e nos intestinos. Estas populações têm um papel activo na manutenção da nossa saúde e influenciam o sistema imune. Se sofrem desvios, o que acontece frequentemente, com o uso de antibióticos, partos por cesariana, alimentos refinados, substitutos do açúcar, certas bactérias podem desencadear reacções de defesa do sistema imune.
Cuidar da alimentação e ajustá-la às necessidades de certas doenças é uma ferramenta ao dispor de cada pessoa. Sei que existem demasiadas opiniões contraditórias e que ainda faltam testes de qualidade para nos orientar a nível individual.
Mas com tudo isto presente, sabemos alguns princípios gerais que cada pessoa pode experimentar.
Dar indicações gerais vai contra o que aprendi ao longo dos anos no consultório. Cada pessoa é um caso especial. É preciso ouvir e fazer estratégias que vão sendo ajustadas com os resultados.
Mas se quer levar uma ou outra dica, fica a ideia de que o açúcar, porque precisa de insulina, não deve estar nas suas escolhas diárias. Coma pouca carne vermelha e acompanhe apenas com legumes e saladas para diminuir a inflamação. Se tem gases há muitos alimentos que, ao serem eliminados do dia a dia, melhoram imenso a situação: como os lácteos, o glúten, certas couves e frutas ricas em certos açúcares. O glúten é um dos alimentos que deve ser eliminado.
Se tem esclerose múltipla invista em melhorar a função do seu intestino e reveja os seus hábitos alimentares. É bom lembrar, que estas mudanças precisam de tempo para dar resultados. Seja persistente! Observe e sinta o que é bom para si.