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A Sensibilidade ao Glúten

A Sensibilidade ao Glúten

A ligação entre o glúten e o intestino já vem desde a Segunda Guerra Mundial, quando em 1940 o pediatra Holandês Willem-Karel Dicke notou que crianças que sofriam do intestino melhoraram durante os tempos de racionamento alimentar. Os sintomas destas crianças viriam a agravar-se quando voltaram a comer cereais.

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Só com a melhoria dos estudos imunológicos é que se começou a compreender que para lá daqueles doentes típicos com abdómen globoso e malnutridos havia muitos outros, também celíacos, com manifestações muito diversas.

O primeiro estudo de sensibilidade ao glúten em doentes não celíacos, ou seja pessoas com testes de anticorpos negativos, é de 1981. No entanto, só muito mais tarde, se veio a confirmar que existe uma população significativa com sintomas relacionados com o glúten.

Para além dos sintomas de cólon irritável, como diarreia, obstipação, gases, sabemos agora que existem manifestações extra intestinais como o cansaço, enxaquecas, depressão, neuropatias, ataxia (dificuldades na marcha), dores musculo – esqueléticas, alguns casos de psoríase, entre outras manifestações.

É claro que os meios de comunicação permitem hoje, com riscos e vantagens, que as descobertas científicas sejam divulgadas com enorme rapidez. Também, a indústria alimentar viu uma oportunidade para desenvolver produtos para um "novo mercado".

Eu própria fui o meu primeiro caso de "Sensibilidade ao Glúten Não celíaca". Confundi os sintomas com queixas de menopausa. Reconheci mais tarde a mesma inflamação das mucosas em mulheres jovens e que igualmente melhoraram ao as convencer a retirar o glúten. Isto passou-se há 9 anos atrás. Ao retirar o glúten melhoraram os intestinos e as alergias. Nessa altura, fui a uma conferência de Medicina Interna em Harvard, onde estudos Irlandeses comprovavam que a doença celíaca era muto mais prevalente. Fiquei por isso mais atenta a queixas atípicas que poderiam estar ligadas ao glúten. Nestes anos, vi um caso de doença de Raynaud, num membro de uma família com problemas auto-imunes, melhorar extraordinariamente. Tive casos de sucesso com cansaço, enxaquecas, dores crónicas articulares e musculares e estabilização de doenças auto-imunes. As queixas intestinais melhoram quase sempre.

O peso normalmente equilibra porque se reduz o processo inflamatório crónico. Mas lembro que, para alem do glúten, abordo sempre outras causas de inflamação crónica, como o stress, hábitos e outros nutrientes da alimentação.

O excesso de peso, é um dos grandes desafios da população das grandes cidades, e não tem como única causa o glúten. Por isso “emagrecer” passa por equilibrar o metabolismo abordando não só as nossas escolhas alimentares, mas também o movimento, a respiração, a flexibilidade e resiliência mental, o sono e nossa sociabilidade.

Eu diria que, como todos os desvios repetidos, o excesso de glúten (frequente na alimentação moderna) não serve a ninguém. Isso não quer dizer que todos beneficiem em retirar o glúten. Para além dos celíacos, há 5 a 10% da população de pessoas de NCGS ( Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca) que podem melhorar consideravelmente de alguns problemas crónicos que afectam o seu bem estar.

Em geral não recomendo produtos sem glúten industrializados. Tendem a ser ricos em corantes, conservantes e açúcar, todos contra indicados nestas pessoas. Há farinhas variadas como a do arroz, trigo sarraceno, teff, mandioca, grão entre outras. Felizmente já há no mercado marcas de produtos sem glúten de confiança mas normalmente é útil que alguém que decida cortar o glúten consulte um especialista de aconselhamento alimentar. Começam também a aparecer cursos de culinária que podem ajudar as pessoas nesta transição.

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